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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dance comigo (1938)


 
"Won’t you change partners and then, you may never want to change partners again..."
Não há como negar: Fred Astaire e Ginger Rogers simplesmente fizeram mágica nas telas e marcaram para sempre a história do cinema com seus musicais, com suas coreografias elaboradas e deliciosas de se assistir - obviamente, elas não eram tão deliciosas assim de serem gravadas, mas certamente, eles nos mostravam exatamente o contrário. Na tela, Fred e Ginger não dançavam; eles flutuavam. Simples assim. Tamanha química diante das telas não é para qualquer um. Depois de dez filmes juntos, a parceria ganhou ares de mito, e hoje é difícil falar de um, sem lembrar do outro.

Desses dez filmes, o mais lembrado é O picolino (Top Hat), de 1935, que também é considerado o melhor filme da dupla. No entanto, foi Carefree (em português, Dance Comigo) de 1938, o oitavo filme de Fred e Ginger que mais me cativou, o que mais me fez rir, o que tem as danças mais... mais Fred e Ginger de todas! E, pasmém - algo raro na filmografia dos parceiros de Cheek to cheek - eles até se beijam!

Nunca Astaire e Rogers foram tão bonitos, engraçados, e - por que não dizer? - sexy.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Rebecca, a mulher inesquecível (1940)


Ontem a noite sonhei que voltava à Manderley.
Já eu, ontem a noite, executei uma das tarefas pendentes desde janeiro deste ano: reassistir Rebecca, a mulher inesquecível. Isso porque tive a chance de ler o livro durante as férias, o que gerou um amor tão grande pela autora, Daphne Du Maurier, que comprei mais dois livros seus (ambos adaptados para o cinema também, sabe-se lá quando poderei falar sobre eles). Além disso, havia o fator Joan Fontaine, Lawrence Olivier também estava no elenco e tudo isso dirigido por nada mais nada menos que Hitchcock. Bora lá.

domingo, 20 de abril de 2014

Corpos ardentes (1981)



O cinema já havia passado por sua revolução francesa nos anos 70 quando Corpos Ardentes (Body Heat) chegou para colocar um pouco de lenha nessa fogueira, que já parecia estar se apagando no começo dos anos 80. Cabeças já haviam rolado, os cineastas já haviam colocado a língua para fora e dito “não queremos mais essa artificialidade de vocês, nós vamos reinventar essa coisa chamada cinema”. Assim, as comédias românticas foram remodeladas, como a Camila ressaltou em seu maravilhoso post sobre Annie Hall, o thriller e o terror…  E muitos muitos outros gêneros também. Só faltava a releitura moderna do gênero noir, famoso nos anos 40 e 50. Corpos Ardentes veio para cobrir essa lacuna.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Umberto D. (1952)


Na época do pós-guerra, aos poucos a Europa se reerguia. A Itália, particularmente, começa a ter sinais de progresso. No entanto, uma parte da população sofre com a nova era que surge: são os idosos. Desrespeitados, relegados ao segundo plano, completamente esquecidos. E essa é a imagem que Vittorio De Sica nos dá em Umberto D., filme que dedicou ao seu pai. Com poucos personagens, sendo a cidade um deles - como um vilão que aos poucos cerca sua vítima - Umberto D. é o retrato de um período, com um tema que está longe de ser datado.

Não só contente em expor a situação, De Sica vai mais além: ele sabe como ninguém destruir o espectador emocionalmente. E ele consegue, por fim, um dos mais belos filmes já feitos.

sábado, 5 de abril de 2014

A roda da fortuna (1953)

The world is a stage
The stage is a world of entertainement!



Poucos diretores souberam se valer da metalinguagem, ou seja, falar sobre o cinema dentro de um filme, tão bem quanto Vincente Minnelli. Assim estava escrito (The bad and the beautiful) é um ótimo exemplo da fusão entre as fronteiras que separam a arte da vida real. Será que a vida imita a arte? Ou a arte imita a vida? Questões duras que o seu Aristóteles tentou responder. O fato é que Minnelli se vale da metalinguagem, dessa vez, para falar do mundo do teatro em A roda da fortuna (The bandwagon).

The bandwagon está repleto de referências ao mundo do cinema e da arte. O filme começa com as luvas e a famosa cartola, marcas do nosso ator principal, Fred Astaire. O picolino (Top Hat) também se vale da cartola+luvas, e só podemos concluir que Minnelli exalta a figura lendária desse dançarino maravilhoso que foi Fred Astaire desde o começo do filme. Além disso, em outros momentos também podemos perceber essa fusão entre mundo real e arte, algo que falarei em seguida. Antes talvez seja digno relatar um pouco a sinopse de The bandwagon – atentem para o fato de que sou péssima em fornecê-las –: Tony Hunter (Fred Astaire) é um dançarino-cantor que não está mais com essa bola toda, mas que é ajudado por seus amigos a se reerguer. Aqui já temos outro momento de metalinguagem, pois coincidentemente (ou não), Astaire passava por esse mesmo momento em sua vida pessoal. Quando começou a trabalhar em The bandwagon, Fred estava saindo de um fracasso, Ver, gostar e amar (The belle of New York). Minnelli aproveitou essa coincidência nos presenteando com uma cena engraçadíssima, logo que o filme começa. Nela, dois homens estão conversando sobre Tony, dizendo que outrora ele tinha sido um grande ator, mas que agora era um veneno de bilheteria. O homem com o jornal na frente do rosto, que está próximo dos personagens sem participar da conversa, resolve se manifestar. Ei, é o próprio Tony Martin! Ele mesmo concorda com tudo que os dois homens falam, realmente, ele era um veneno para as bilheterias. Assim como Fred, outros atores sofreram com a maldosa designação, entre eles Joan Crawford e Greta Garbo.