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terça-feira, 31 de março de 2015

Entre Deus e o Pecado (1960)


"Um dia acordei como estrela. Fiquei amedrontado. Então trabalhei mais a fundo para me tornar um bom ator." - Burt Lancaster

Essa afirmação fica bem diante de nossos olhos assistindo "Entre Deus e o Pecado", filme que rendeu a Lancaster um Oscar de Melhor Ator em 1961. A adaptação de Richard Brooks para esse romance controverso, revela a faceta manipuladora de algumas igrejas evangélicas que transformam religião em negócio. Nenhum estúdio ficou interessado em financiar tal projeto "impensável", fazendo o cineasta inventar sua própria produtora e negociar a distribuição com a United Artists, estúdio aberto a produções indepentendes. O filme conta ainda com a cantora Patti Page e Jean Simmons, no papel de uma líder religiosa, ovacionada por centenas de fiéis durante os sermões e nos faz lembrar até de Cleycianne ou Aline Barros, divas Gospel do nosso país.

A carta (1940)

 He tried to make love to me and I shot him.

Talvez a primeira imagem marcante que tenho de Bette Davis seja a de seu rosto, num misto de loucura e coragem, após ter disparado contra um homem desconhecido na varanda de sua casa. Naquela época, eu dava meus primeiros passos como fã de Miss Davis e lembro da felicidade de ter finalmente comprado a edição de seu box, lançada pela Warner Brothers. A carta foi o primeiro filme dos quatro que integravam a coleção que assisti. Uau! Que belo começo! Você nunca mais esquecerá o rosto de Bette Davis (e tem como?) depois de assistir a esse filme.

Por quê? Porque temos trilha sonora de Max Steiner, amor, cinismo, ódio, atuações magníficas, affairs nos bastidores… tudo isso coroado pela mágica direção de William Wyler!



terça-feira, 24 de março de 2015

Testa de ferro por acaso (1976)



A América, terra das oportunidades, com sua imponente Estátua da Liberdade, foi palco de um dos maiores episódios anti-democráticos nos anos 50: o Macarthismo. Conhecido também como "Caça às bruxas", essa foi uma época em que ser comunista ou apenas simpatizante significava desgraça pessoal. 

Em defesa dessa falsa "liberdade de expressão", afinal o comunismo ameaçava os valores americanos, pessoas foram despedidas de seus empregos, perseguidas e até levadas ao suicídio. 

A caça às bruxas é um reflexo da Guerra Fria, mas muito mais do que isso; reflete a deturpação da expressão liberdade de expressão. Liberdade de expressão para quem? Certamente não para aqueles que eram comunistas. Quanta ironia a dita "terra das oportunidades" caçar e exterminar a vida dessas pessoas simplesmente por suas crenças políticas.

Esse é o tema do filme Testa de ferro por acaso, um dos relatos mais verdadeiros do que o governo americano fizera com as vidas de pessoas que trabalhavam em Hollywood ou na televisão. Também quem pudera: o filme fora escrito e dirigido por pessoas que foram caçadas naquela época. Deu para sentir o grau de realness?

segunda-feira, 23 de março de 2015

A costela de Adão (1949)


Nunca escondi aqui no blog que Katharine Hepburn é a minha atriz favorita, e que o casal que ela formou com Spencer Tracy dentro e fora das telas me deixa em modo sofrência. Já dediquei um post antes para falar da história dos dois, e do quanto admiro/invejo a capacidade de Kate ter amado esse cara de maneira tão incondicional e não-egoísta (logo ela, que era uma pessoa tão "eu, eu, eu"). 

Bom, essa linda química não ficava só nos bastidores: eles fizeram nove filmes juntos, e se tornaram o casal-modelo das comédias românticas da maneira que as conhecemos hoje - o par que se detesta e se alfineta o tempo todo, mas que no fim das contas, acaba junto; a velha comédia da guerra dos sexos. Esse foi um tema que permeou alguns de seus filmes. O exemplo mais claro disso - e também meu favorito da dupla - é A costela de Adão, de 1949.

Katharine Hepburn sempre foi uma mulher fora do comum, a frente do seu tempo. Em uma sociedade machista e patriarcal, ela sempre fez o que quis sem perguntar a opinião de alguém. Foi a mulher fabulosa que sua família a criou para ser. Mas o que isso tem a ver com o filme? Pois é. Acontece que Amanda, a personagem da atriz em Adam's Rib, é mais uma daquelas que deixa transparecer nas telas muito do que ela pensava e era. Não tinha pra ninguém. Muito menos para o pobre personagem de Spencer, Adam.

terça-feira, 17 de março de 2015

#Top 6 beijos lésbicos no cinema

SEGURA O FORNO!



Ontem à noite tivemos um momento histórico na história da telenovela brasileira. Já sabíamos que a trama de Gilberto Braga, Babilônia, viria para causar, mas não esperávamos um beijo lésbico logo no primeiro capítulo!

A cena entre Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro foi linda, cheia de ternura, amor e, por que não dizer, sensualidade? Sim! A família brasileira tradicional está oficialmente enterrada. E é só o começo!

Aproveitando a "polêmica" que o beijo causou, o Cine Espresso traz um top 6 dos melhores beijos lésbicos protagonizados no cinema. Afinal de contas não é de hoje que a sétima arte retrata o amor entre duas mulheres.

sexta-feira, 13 de março de 2015

A Casa Sinistra (1932)


Sempre tive curiosidade de assistir ao filme de James Whale, o homem por trás de grandes obras do terror nos anos 30, como O Homem Invisível, A Ponte de Waterloo e Frankenstein. Entretanto, "The Old Dark House" é um dos grandes percursores de filmes sobre casas mal assombradas, lançado em 1932, traz Boris Karloff no elenco (repetindo a parceria de Whale e Karloff após o sucesso de Frankenstein, no ano anterior), Charles Laughton, Melvyn Douglas (diversas vezes par romântico de Greta Garbo e Joan Crawford) e Gloria Stuart (que apareceu em ótimos filmes na década de 30 e retornou ao cinema em 1997, para interpretar a Rose 'velhinha' em TITANIC de James Cameron).

Nessa sexta-feira 13 recomendamos apagar as luzes, pegar a pipoca e o kisuco para se divertir com o clássico de James Whale. "A Casa Sinistra" tem lama, chuva, trovões, luz de velas, comédia e até alguns sustos!

terça-feira, 10 de março de 2015

O clube das desquitadas (1996)



Anteontem, dia oito de março, foi o dia internacional da mulher. Muito mais do que receber flores, parabéns ou chocolates esse é um dia (e todos os outros 364 do ano também) para refletirmos à respeito de como Hollywood retrata as mulheres. Por que não vemos diretoras, roteiristas sendo indicadas ao Oscar? Por que mais atrizes negras não vencem o Oscar? Por que Patricia Arquette tem de discursar a favor de salários e direitos iguais (e seu discurso foi bem problemático, mas não vamos entrar nesse mérito por aqui) em 2015? Porque, amigx, a verdade é que ainda há um caminho muito comprido a ser percorrido pelas mulheres.

Queria ter escolhido um filme que emponderasse as mulheres, mas lá pelas tantas pensei que valeria mais a pena levantar problemas para que possamos pensar em como o cinema nos retrata. O clube das desquitadas é um de meus filmes favoritos e, como feminista, é duro ver alguns clichês repetidos à exaustão como mostrar que as mulheres são inimigas umas das outras e que a felicidade plena se baseia na escolha de alguém para passar o resto da vida com você.

domingo, 1 de março de 2015

Edie & Thea: um longo compromisso (2009)



Edith Windsor e Thea Spyer me escolheram. Agora tenho certeza disso. Conheci essas simpáticas moças da foto acima quando estava olhando algumas fotos históricas de mulheres lésbicas. Elas eram as últimas e a foto delas me chamou muito a atenção: estavam muito perto, prestes a se beijarem. Aquela foto refletia tanto amor que imediatamente coloquei de fundo da minha área de trabalho. Sem ao menos conhecê-las. Eu ficava olhando para essa foto fascinada. Queria decifrar os traços de cada uma delas, o que estavam pensando quando aquela foto foi tirada? O que aquele momento realmente capturou?

Minha alma de tradutora, incansável nas pesquisas, levou-me a pesquisar mais sobre essas duas mulheres maravilhosas. Edie e Thea foram uma inspiração para a comunidade LGBT, um exemplo de resistência. E não é a toa que existe um documentário sobre as duas, Edie & Thea: um longo compromisso.

Aí começou a via crucis que passo toda vez que fico obcecada para encontrar algum filme ou documentário:

1) Quase contamina o computador com um Cavalo de Troia;
2) Desiste por algumas semanas;
3) Olha todos os vídeos no Youtube, fica mais obcecada ainda e decide que vai achar. É agora ou nunca!
4) Acha o arquivo e deixa o computador ligado por dias esperando ansiosamente o download terminar;

E vou dizer: valeu cada minuto essa espera. As palavras “resistência”  e “amor” vão adquirir outro significado quando você assistir a esse documentário. E se você não chorar, ou pelo menos derramar uma lágrima que seja, não sei mais o que pode lhe tocar.